quinta-feira, 8 de maio de 2014

Área urbanizada do planeta triplicou em 14 anos

Base de dados detalhada da FAO mostra de que forma a superfície terrestre ficou distribuída desde 2000.
Em 14 anos, as áreas de cultivo diminuíram de 15,7% para 12,6%   PASCAL ROSSIGNOL/REUTERS

A superfície terrestre voltou a ser catalogada depois de um levantamento feito em 2000. Catorze anos depois, a versão actualizada é a mais detalhada de sempre sobre a forma como está distribuído o planeta. Conclusão: a área com construção humana triplicou e ocupa agora 0,6% da Terra, enquanto as zonas de cultivo e as cobertas por árvores diminuíram.

A base de dados Global Land Cover SHARE, divulgada pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) das Nações Unidas, reuniu informação sobre toda a superfície terrestre recolhida através de imagens por satélite e da harmonização de definições e padrões internacionalmente aceites para a classificação da superfície terrestre. Até aqui, este processo era complexo, já que eram utilizados dados de países e organizações recolhidos através de processos com diferentes critérios de selecção de informação.

Reunidos os dados, a equipa de Latham classificou as zonas do planeta em 11 categorias — urbana, deserto, corpos de água, vegetação herbácea, manguezais, neve e glaciares, áreas arborizadas, cultivo, pastagens, vegetação escassa e áreas de vegetação arbustiva.

Comparando os dados de 2000 com os recentemente reunidos, o Global Land Cover SHARE concluiu que se, por um lado, as zonas com construções feitas pelo homem ganharam terreno em 14 anos, as áreas de cultivo diminuíram de 15,7% para 12,6%, e a superfície terrestre coberta de árvores perdeu espaço, recuando de 29,4% para 27,7%. À excepção das zonas ocupadas por neve, glaciares e a Antártica (2,7%) todas as outras zonas cresceram e apresentaram novas percentagens no planeta: deserto (15,2%), vegetação herbácea, escassa e arbustiva e pastagens (31,5%), corpos de água e manguezais (2,7%).


John Latham considera que saber de que forma a superfície terrestre é preenchida é “essencial para promover uma gestão sustentável dos recursos” do planeta, nomeadamente a produção agrícola para alimentar uma população em crescimento — actualmente mais de sete mil milhões —, mas também garantir a protecção do ambiente.

Notícia publicada no  Público a 05/05/2014

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